Sindpefaetec participou de ato e passeata contra a demolição do Iaserj

junho 6, 2012 - Notícias

Ato e passeata tomam ruas do Centro contra demolição do Hospital Central do Iaserj

05/06/2012

Por Olyntho Contente

Da Redação do Sindsprev/RJ

Faixa de protesto contra a demolição, na entrada do Hospital do Iaserj

Um grande ato público contra a demolição do Hospital do Iaserj ocupou o pátio da unidade, nessa terça-feira (5/6), pela manhã. Participaram parlamentares, dirigentes de vários sindicatos, entre eles o Sindsprev/RJ e o Sepe, parentes de pacientes internados e usuários do hospital. Logo após o ato, os manifestantes saíram em passeata pela Rua Henrique Valadares, parando em frente ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) e, depois, seguindo pela Avenida Mem de Sá.

O plano do governo Cabral é fazer com que o Hospital do Iaserj seja demolido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que construiria em seu lugar um gigantesco centro de pesquisas em oncologia. Para isto, Cabral doou o hospital para o Inca, em 2008, apesar de serem os servidores do estado, os proprietários do Iaserj. O hospital está funcionando plenamente, atendendo a 9 mil pacientes por mês, 60% do Sistema Único de Saúde (SUS) e 40% de servidores estaduais.

Durante o ato, todos foram unânimes em afirmar que fechar um hospital que atende à população, com 41 especialidades, é um crime sem precedentes. E que os próprios funcionários do Inca são contra o projeto, porque entendem ser a construção de unidades do Inca em localidades afastadas, fundamental para atender melhor a população, e não uma outra na capital.

Interesses privados

Outra opinião compartilhada pelos que discursaram durante o ato, foi a de que, tanto a demolição do Iaserj quanto a construção do faraônico centro de pesquisas estão sendo impostos para atender interesses privados: tanto de empreiteiras, a quem se pagará, no mínimo, R$ 500 milhões; quanto de planos de saúde privados. O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), apelidou de ‘topa tudo por dinheiro’ a política do governo Cabral de vender ou destruir o patrimônio público para realizar obras bilionárias, como a do estádio do Maracanã e a do centro de pesquisas do Inca. “O que ele quer é criar as condições para que as empreiteiras venham construir e ganhar muito dinheiro com isto”, afirmou, lembrando que, no Maracanã vai se gastar R$ 1 bilhão. No Inca, R$ 500 milhões.

Defendeu a continuidade e o fortalecimento da luta em defesa do Iaserj, com a participação cada vez maior de todo o funcionalismo do estado. Acrescentou que o governador vem sucateando criminosamente a saúde, em prejuízo da população, para privatizá-la em seguida. Disse que, as relações espúrias do governador com empresas como a Delta serão descobertas pela CPI do Congresso Nacional.

Denise Nascimento, diretora do Sindsprev/RJ, disse que a tentativa de demolição do Iaserj faz parte de um mesmo projeto que está sendo implantado pelos governos de Dilma, Cabral e Eduardo Paes. “Este projeto visa privatizar os vários setores públicos, como o Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe aos trabalhadores se mobilizar para evitar que isso aconteça e a vida de cada um de nós passe a ter um preço pelo qual teremos que pagar”, afirmou.

Genocídio

A presidente da Associação de Funcionários do Iaserj, Mariléa Ormond, classificou como genocida a política do governador Cabral para a saúde e, em particular a decisão de demolir um hospital tão importante quanto o Iaserj. “Cabral foi eleito dizendo que iria investir em saúde para assistir o povo. Mas o que vemos é o contrário. É a desativação de várias unidades, o sucateamento, a não realização de concursos. Estão matando os pacientes que ficam horas esperando nas filas”, acusou. E acrescentou: “Vamos ocupar este hospital o tempo que for preciso para defender os pacientes, a vida, e o direito de todos à saúde”, disse. Frisou que a vigília no Iaserj, que começou na sexta-feira última, vai continuar. “Não vamos arredar pé”, avisou.

Disse que o governador rasgou a Constituição Estadual ao doar o Iaserj para o Inca. “Pela Constituição a assistência médica aos servidores do estado tem que ser prestada pelo Hospital do Iaserj, uma unidade construída com o dinheiro do salário do funcionalismo. Ele só poderia doar, se o hospital fosse do estado e caso fizesse uma emenda à Constituição. Não fez nada disto. É tudo ilegal e inconstitucional”, afirmou.

Pelo Sepe, Florinda Lombardi lembrou que existe um esquema nacional, representado, no Rio de Janeiro, pelo governador Sérgio Cabral Filho. “Este esquema tem como objetivo criar as condições para que os grupos privados tenham cada vez mais lucro”, afirmou. Acrescentou que a demolição do Iaserj e a construção do centro de pesquisas do Inca, portanto do governo Dilma, está dentro deste esquema. “Para combater estes interesses poderosos é preciso muita mobilização”, disse, convocando todo o funcionalismo do estado a participar.

Para a vereadora Sônia Rabelo (PV-RJ) o movimento de resistência não apenas vai conseguir barrar a demolição do Iaserj, como fazê-lo voltar aos tempos em que era um hospital de excelência. “E faremos isto nas ruas e na Justiça”, disse. Luiz Fernando, diretor do Sindsprev/RJ e da CSP-Conlutas, avaliou que a tentativa de demolição do Iaserj faz parte da série de ataques ao funcionalismo do estado, o mais recente, a extinção do triênio. “O movimento unificado está marcando uma pralisação para o dia 14 contra a extinção e deve ter como bandeira, também, a luta em defesa do Iaerj”, afirmou.

Prevaricação

Também diretor do Sindsprev/RJ, Edilson Mariano acusou o Ministério Público e a Justiça de prevaricarem ao se negar a responder a denúncias e ações movidas pela Associação de Funcionários do Iaserj, Sindsprev e por parlamentares contra a cessão do Iaserj pelo governo do estado ao Inca, quando a propriedade da unidade é dos servidores do estado. “Estes são órgãos que existem para garantir o estado de direito. Se agem desta forma, e se omitem, estão cometendo o crime de prevaricação, ou seja, se negando a fazer o que é a sua obrigação”, afirmou. Acrescentou que Cabral não pode dispor de um bem que não é dele.

Lembrou que os próprios funcionários do Inca são contra o projeto megalômano e defendem a construção de unidades distantes da capital para atender a quem está doente em outros municípios. A diretora do Sindicato Maria Celina citou a luta dos servidores do Hospital de Ipanema, como exemplo de que, com mobilização, se pode reverter a decisão do governo.

Fonte:  http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=13&entrada=5697, acesso em 06/06/2012.

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