Funcionalismo estadual aprova greve de 48h para 3 e 4/7, com marcha ao Palácio Guanabara

junho 20, 2012 - Notícias

Leia matéria do Sindsprev/RJ sobre a assembleia unificada realizada hoje na UERJ (http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=24&entrada=5739)

19/06/2012

Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ

Assembleia desta terça-feira 19, na Concha Acústica da Uerj, que aprovou indicativo de paralisação de 48h nos dias 3 e 4 de julho

Foto: Fernando França

O funcionalismo público estadual vai paralisar suas atividades por 48h nos dias 3 e 4 de julho, realizando, em 4/07, uma marcha ao Palácio Guanabara. Esse foi o indicativo aprovado na assembleia geral do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado (MUSPE), realizada na tarde dessa terça-feira 19, na Concha Acústica da Uerj. Tanto a paralisação quanto a Marcha visam pressionar o governo Sergio Cabral Filho (PMDB) a atender à pauta unificada do funcionalismo, que inclui reajuste, incorporação de gratificações, implementação dos planos de carreira, concurso público, manutenção do triênio, defesa do Iaserj e fim das privatizações. A proposta de mobilização prevê que, até o dia 3 de julho, o máximo possível de categorias do funcionalismo estadual realize suas assembleias específicas para referendar o indicativo aprovado nesta terça, na Uerj.

A assembleia dessa terça-feira também aprovou a palavra de ordem ‘Fora Cabral’, que será divulgada em todas as manifestações do funcionalismo estadual. Na Marcha do dia 4, servidores se apresentarão com guardanapos brancos na cabeça, em alusão às escandalosas imagens do encontro entre o governador Cabral Filho e o dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, durante jantar em Paris. A ideia é concluir a Marcha com um ‘almoço’ em frente ao Palácio.

Unificar a luta nas três esferas deve ser a meta

“A saúde estadual vem sofrendo um ataque absurdo por parte do governo Cabral, que destruiu o único Instituto de Infectologia que havia no Estado do Rio, o São Sebastião, e também o Hospital Anchieta. Hoje as fundações de direito privado e organizações sociais estão entrando nas unidades de saúde, fundações e organizações sociais que são formas disfarçadas de privatização. Vamos preparar a greve e exigir fora Cabral”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ Denise Nascimento, informando que os trabalhadores da saúde estadual têm assembleia marcada para o dia 27/06, às 16h, no Hospital do Iaserj.

O também dirigente do Sindsprev/RJ Julio Cesar Tavares destacou a necessidade de unificação dos servidores nas três esferas. “No dia 5 de junho, mais de 15 mil servidores públicos federais ocuparam Brasília para dizerem que não aceitam a política de reajuste zero e privatizações impostos por Dilma, que também congelou a insalubridade. Nossa intenção é unificar os movimentos de servidores federais, estaduais e municipais porque Dilma, Cabral e Eduardo Paes têm as mesmas políticas, baseadas no ataque aos nossos direitos e na criminalização dos movimentos sociais. Juntos somos fortes. É greve, greve, greve”, disse, sob aplausos.

Cabral sucateia serviço público e criminaliza movimentos sociais

Falando em nome do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ), a servidora Vera Nepomuceno apresentou um resumo dos brutais ataques movidos pelo governo ao setor. “Estamos enfrentando um governo que fecha escolas, não respeita as leis, não cumpre o que é determinado pela Alerj para os animadores culturais, privatiza os processos político-pedagógicos e persegue profissionais da educação. Sergio Cabral também quer acabar com o triênio e os planos de carreira. Não vamos ficar calados e por isso nossa tarefa é levantar os servidores estaduais contra a ditadura que se instaurou no Estado do Rio. Vamos construir a greve”, disse, após ser também muito aplaudida.

O cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Dacciolo também compareceu à assembleia, onde fez sua saudação com duras críticas ao governo do Estado. “Hoje somos 14 militares expulsos da corporação. Fomos expulsos por termos lutado por dignidade. Este governo [Cabral Filho] tenta criminalizar todos os movimentos sociais. Mas podemos reverter essa situação. Unidos somos fortes e vamos vencer”, afirmou.

“Há 51 universidades públicas federais em greve e a Uerj, desde a zero hora desta terça-feira, também está em greve, com adesão dos técnico-administrativos. Nossa universidade é a primeira estadual a entrar em greve no Brasil. Querem nos tirar o triênio, o que não podemos aceitar. Temos que nos mobilizar e chamar todos à luta. Estamos em greve por conta dos desmandos do governo Cabral”, afirmou, em sua saudação, o representante do Sintuperj, Jorge Luis Matos de Lemos (o Gaúcho).

Participaram da assembleia na Concha Acústica da Uerj servidores da saúde, educação, universidades públicas (Uerj e Uenf), justiça, segurança, Faetec e Proderj. Entre as entidades, destaque para CSP Conlutas e InterSindical.

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