Professores da rede estadual e Faetec seguem com a greve.
Abaixo matéria do jornal Folha da Manhã, de Campos.
Servidores da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) decidiram nessa quarta-feira (28), em assembleia no Rio, continuar com a greve que dura desde o dia 12. Os atos públicos, que até incluíram manifestações em frente à casa do governador Sérgio Cabral, reivindicam o Plano de Cargos e Salários (PCS), prometido pelo governo desde o ano passado, e que já motivou outra greve, de maio a junho deste ano. Em Campos, cerca de cinco mil alunos estão sem aula. Há a adesão de aproximadamente 70% de servidores do Isepam, 90% dos servidores do Colégio Agrícola e 100% na Escola João Barcelos Martins. Um protesto foi organizado em frente ao Isepam, na última sexta-feira (23). Já os professores da rede municipal param e protestam amanhã, no Centro da cidade.
A convocação dos concursados em 2010 também está entre os tópicos das reivindicações. Segundo a coordenadora do Interior do Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec (Sindpefaetec), Victoria Araújo, o PCS original trará “sérias perdas para o conjunto da categoria” e o Sindpefaetec não aceitará esses “ataques”, como a progressão por desempenho e a “drástica redução dos percentuais” (em 50%) entre os níveis 1, 6, 8 e 10 (no PCS em vigor essas diferenças são de 42% – entre os níveis 1 e 6, e 14% entre 6 e 8 e entre 8 e 10. No PCS oficial essas diferenças foram reduzidas pela metade).
As intervenções da Faetec têm também o apoio aos funcionários da Secretaria do Estado de Educação (Seeduc) em greve desde o dia 8. Amanhã será comemorado o Dia Nacional das Lutas, e uma mobilização está prevista para acontecer, inclusive com profissionais de Campos, na Alerj. Os grevistas reivindicam reajuste salarial de 16%, e que os professores passem a ter apenas uma matrícula por escola, e não mais cinco ou seis, como acontece em certos casos.
— Nosso aumento foi aprovado na Alerj em junho, mas o governador vetou. Nós também lutamos contra a gratificação anunciada pelo governo, de R$ 400 a R$ 600 para os professores que apresentarem melhores resultados. Essa proposta deixa de fora os aposentados e professores licenciados, e promove a divisão da classe — fala o diretor jurídico do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), Sandro de Paula.
Amanhã também será a vez dos profissionais da educação da rede municipal fazerem uma paralisação. O Sepe, que soma suas forças ao Movimento Educadores de Campos em Luta, anuncia a concentração a partir das 9h na Praça São Salvador. Na pauta, mais transparência no uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Bruno Almeida
Valmir Oliveira