FAETEC EM GREVE
Estamos nos dirigindo à comunidade escolar e à sociedade em geral, para anunciar, de forma pública, que no dia 24 de fevereiro deste ano, os profissionais de educação da FAETEC, em Assembleia Geral da categoria, decretaram greve por tempo indeterminado a partir do dia 02/03.
Não suportamos mais pagar por uma crise que não fomos nós que criamos. Nos últimos meses, o governo Pezão vem fazendo cortes substanciais em diversas Secretarias, gerando transtornos na qualidade do atendimento à população. A prova disso foi o colapso no sistema de saúde estadual, gerando inúmeras mortes por falta de atendimento.
Na FAETEC, a situação não é diferente: em nome do corte de custo puro e simples, sem levar o fator social que é inerente a um sistema educacional, o presidente da FAETEC, Wagner Victer, incorre em várias ações que implicam na queda da qualidade dos serviços prestados à população por parte da Fundação. Foi cancelada a janta do noturno; no almoço, foi imposto um cardápio de baixa qualidade, motivo de várias denúncias na grande mídia; foram criadas inúmeras restrições para a alimentação dos servidores (que não possuem auxílio-alimentação). Victer também criou o critério da ‘otimização’ de turmas, gerando salas de aula superlotadas. A infraestrutura dos laboratórios e das salas de aula é de baixa qualidade, muitas das vezes se tornando locais insalubres, fato que também é alvo de denúncia na grande mídia. Temos a realocação de professores sem a devida transparência. Além disso, sem nenhum debate, tivemos fechamento de cursos, supressão de vagas para novas matrículas na FAETERJ de Paracambi, além de uma visível indicação de desmonte das FAETERJs, responsáveis pelo ensino superior tecnológico na FAETEC, por meio de ‘otimização de gestão’ e ausência de investimentos. Isso tudo gera insegurança nas comunidades escolar e acadêmica.
No nível funcional, o presidente da FAETEC, cumprindo uma agenda de estado mínimo, implantada sem alarde pelo governo do estado, não contribui para resolução dos sucessivos atrasos do Vale transporte, direito que conquistamos com muita luta, e que na sua falta impõe seríssimas dificuldades ao servidor em se deslocar para seu local de trabalho. Também estamos cobrando o andamento da maior vitória dessa categoria, que foi a implantação da lei do nosso atual PCS, que ainda não está progredindo os servidores, e essa tarefa agora é pura e simples responsabilidade da administração da FAETEC. O parcelamento do 13º salário, a mudança do calendário de pagamento para o 7º dia útil, ao invés do 2º, a falta de reposição salarial em 2015 e a não apresentação de um índice de 2016, são mais exemplos que o governo Pezão quer transferir a responsabilidade da crise para o servidor, além da população. E como desfecho desse teatro de horrores, o governo envia à ALERJ um “pacote de maldades”, que tem como ponto alto o aumento do desconto do Rioprevidência em 3% (passando de 11% para 14%), e a possibilidade de congelamento dos salários dos servidores por uma década.
Na contramão disso, o governo concede vultosas isenções fiscais a inúmeras empresas, inclusive concessionárias de serviços públicos que, em tese, deveriam investir, com recursos próprios, para toda melhoria dos serviços prestados à população. Por conta de todos esses fatores, os batalhadores da FAETEC continuarão na sua luta até que a presidência da FAETEC e o governo do Estado recuem nos seus ataques aos nossos direitos, pois eles querendo que “paguemos o pato” por uma crise gerada pela especulação, corrupção, falta de gestão e priorização do orçamento naquilo que não contribui para o desenvolvimento do país e do estado.
Servidor na rua: Pezão, a culpa é sua!
FAETEC na rua: Victer, a culpa é sua!