Paralisação e ato em Quintino abriram a campanha salarial de 2012

março 16, 2012 - Notícias

Os servidores da Faetec paralisaram suas atividades no dia 14/3 e realizaram um ato público em Quintino, dando início à campanha salarial de 2012.

Vários professores, servidores técnico-administrativos e estudantes começaram a se concentrar em frente à ETE República a partir das 10 horas e logo começaram a convocar aqueles que ainda trabalhavam e estudavam na escola técnica para que se integrassem à atividade, utilizando do megafone e dos apitos distribuídos pelo Sindpefaetec.

Em torno das 11 horas, começamos a caminhar em direção ao prédio da direção da Faetec. De maneira totalmente desnecessária, a direção da Faetec mandou formar um cordão de isolamento de terceirizados da segurança na rampa do prédio. Com o grupo reunido, iniciamos a apresentação de nossa pauta de reivindicações, com destaque para o reajuste salarial emergencial de 36%, a convocação imediata de mais concursados para acabar com a verdadeira farra de contratos temporários existentes na Faetec e a implementação da modalidade de ensino médio integrado.

Pouco tempo depois apareceu o chefe de gabinete da presidência da Faetec, Ubirajara, que disse que não receberia todos os integrantes do ato, mas apenas uma comissão de 8 membros. Após consulta aos presentes, foi aprovada a formação da comissão composta pelos professores Fábio, Fernando, Carolina, Patrícia e Bárbara, pelo servidor técnico-administrativo Jairo, pela coordenadora-geral do Sindpefaetec Fabiana e pelo estudante Matheus.

Leia abaixo o relato feito pela coordenadora-geral do Sindpefaetec Fabiana, da reunião da comissão com o chefe de gabinete da presidência da Faetec Ubirajara, o vice-presidente administrativo Elder e o diretor administrativo Robson:

“O chefe de gabinete da presidência da Faetec Ubirajara abriu espaço para que todos falassem e assim foi um por um colocando suas insatisfações. Os professores cobraram maior organização, disseminação de informações e participação na questão das mudanças no ensino médio na modalidade integrado, ressaltando que a Faetec já sabia da possibilidade das alterações no curso desde 2009 e somente agora, faltando pouquíssimo tempo para a conclusão, resolveu promover o debate, mas de forma desorganizada e desinformada. Esta situação foi exaustivamente questionada por todos os presentes.

Foi exposto também pelo aluno Matheus, do grêmio da ETE Santa Cruz, os problemas da unidade com relação à comida servida aos alunos, além da deficiência em laboratórios e da liberação do cartão utilizado para transporte dos alunos.

O Sindpefaetec cobrou reunião com a presidência para tratar da pauta de reivindicações, além de querer saber se havia alguma novidade ou resposta a algum item da pauta naquele momento. Cobrou ainda a chamada dos concursados e explicações com relação ao edital de contratação do início do ano.

Falou-se ainda sobre a possibilidade de não mais haver concurso para alunos na Faetec e da insatisfação que isso traria para todos os professores.

Com relação à modalidade de ensino médio integrado, Ubirajara disse que encaminharia as reclamações ao presidente e tentariam reformular o processo para garantir as nossas reivindicações. Haverá um encontro para tratar deste assunto no dia 28/3 e o Sindpefaetec solicitou a participação nesta reunião.

Com relação à chamada de concursados, o diretor administrativo Robson disse que há um processo de pedido de liberação de 500 novas vagas que foi encaminhado ao governo e que não está concluído. Diante da morosidade na liberação destas vagas e do início do ano letivo, a Faetec teve que abrir o edital de contratação com validade de 1 ano e não de 3, como de costume, para ganhar tempo até que as 500 vagas sejam liberadas. Segundo Robson, conforme legislação, a prioridade é convocar os concursados para assumir os contratos temporários, porém menos da metade pode ou quis assumir. Ele garantiu que assim que houver liberação das vagas, haverá o encerramento do contrato e a convocação do concursado, seguindo rigorosamente a ordem dos aprovados no concurso. Disse ainda que 99,5% dos concursados aprovados dentro do número de vagas oferecidas no edital já haviam sido convocados e que as 500 vagas são além do número previsto no edital. Segundo Robson, a Faetec não está cometendo nenhuma ilegalidade, pois o edital de contratação foi feito para atender necessidade excepcional e de interesse público, já que não havia condição de iniciar o ano letivo com a carência existente. Ainda ressaltou que o processo de autorização das 500 vagas retornou à Faetec para que a mesma justificasse se era possível a abertura daquele quantitativo de vagas, se o quantitativo desejado era permitido por lei. Uma vez justificado, retornou o processo para andamento e conclusão. Robson demonstrou preocupação com o quantitativo existente em lei dos cargos da Faetec, pois segundo ele, se o plano de carreira não sofrer alteração logo, com a expansão da Fundação, não haverá mais possibilidade de convocações por esgotamento do quantitativo previsto hoje na lei.

Com relação à liberação do crédito nos cartões para alunos, o diretor administrativo disse que muitas vezes o problema é a falta de atualização de dados no sistema e que esta função é das unidades. Quando há atraso na atualização dos dados por parte da direção das unidades, há o atraso na liberação dos créditos ou dos cartões para os alunos.

Com relação ao concurso para o ingresso de alunos na rede, Robson disse que a cobrança é do Ministério Público, que evoca a lei que versa sobre o acesso gratuito ao ensino básico  e que a Faetec já tentou alterar esta realidade, mas não conseguiu e pediu que ajudássemos no convencimento ao MP.

O vice-presidente administrativo Elder expôs todo o investimento que a Faetec vem fazendo em reformas e estrutura das escolas. Explicou que o problema da comida da ETE Santa Cruz provavelmente se deve a não reforma do refeitório (falta de estrutura), reformas que já ocorreram em quase todas as unidades da rede. Comprometeu-se com a reforma do refeitório da unidade reclamada e com a reforma do ISEPAM no segundo semestre – com verba de 1 milhão e meio já liberada para estrutura e climatização das salas de aula. Quanto ao ingresso dos alunos na Faetec, Elder disse não ser possível a Faetec assumir as despesas com o concurso já que o gasto gira em torno de mais de R$ 4 milhões por ano. Segundo ele, tal investimento é mais necessário na reforma e estrutura das escolas.”

 

Nossa paralisação foi noticiada no jornal Folha Dirigida (edição de 13/03/2012) e nos jornais de Campos (14/03/2012).

Veja o vídeo veiculado pela afiliada da TV Globo em Campos: http://in360.globo.com/rj/noticias.php?id=24871

Veja o vídeo produzido por um servidor presente no ato público: http://www.youtube.com/watch?v=cyu038wxqz8

Veja algumas fotos do ato público:

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